“...vence o mal com o bem” (Rm 12).
O filme “Tropa de Elite” é a história do “bom” que tem que virar “mau” e do “mau”, que cansado de ser mau, quer voltar a ser bom, mas isso só é possível quando encontrar o “substituto”. Ou seja: um outro igual a ele (do bem) que se transforma em mau.
.
.
O roteiro do filme patrocina uma filosofia de vida pró-violência que cristaliza-se nas almas doentes e hipócritas de um povo amordaçado pelas infringentes idéias de que sempre o “melhor”, algo não mais encontrado na sociedade humana, é o “menos ruim”.
.
.
“Tropa de Elite” é filme que faz gostar quem não pensa, atira; quem não tem neurônios suficientes para ajuizar critérios entre o certo e o errado, sente; quem não tem olhos para ver, admite; quem não tem sensibilidade, faz; quem não se apercebe ludibriado, enganado por uma solução-violência criada pelas elites desse país – morte aos pobres; quem não entende que por trás destas imagens imbecis está a “moral do apartheid”, numa versão brasileira, que molhou de sangue a África do Sul; quem não aprende que o que eles querem inculcar nas cabeças vazias da massa brasileira é a diabólica idéia de que o bem só vai até a porta das favelas; dali para frente é o inferno. Esta dicotomia dos guetos provoca – numa população já dominada pelo medo, pelo ódio, pela violência – aversão aos favelados, absolutização da idéia de matar “pobres e negros” e um desvio de atenção, fazendo nós pensarmos, os idiotas da platéia, que o mal só é encontrado nos grotões da vida.
“Tropa de Elite” constrói a estúpida idéia para os imbecis que existe no Brasil um grupo de policiais – história da carochinha – ainda não corrompido pelas torpezas morais reinantes neste país. E que por isso fazer parte dessa elite policial só os “bons” – o critério de bondade deles é identificar o “bom” como aquele que se torna “mau”, violento, insensível, homicida.
.
.
Como os nossos referenciais morais estão apagados e quase sem visibilidade é possível que o espírito do preconceito que domina o filme “Tropa de Elite” se incorpore nas veias, artérias e músculos dos adolescentes e jovens brasileiros suscitando o aparecimento de grupos radicais, neonazistas, caçadores de pobre-favelados querendo fazer justiça com as próprias mãos.
.
.
A maior violência que o filme “Tropa de Elite” sugere não é a que está à flor da pele, mas a que está por trás dessa que é visível – a violência produzida pelo preconceito.
.
.
Mas o filme, num momento de lucidez, também faz crítica a hipócrita sociedade brasileira que sai às ruas em passeata pela paz, mas notoriamente são os maiores usuários de drogas e, por conseguinte, os grandes mantenedores do crime.
Rev. Paulo Cesar Lima
Um comentário:
I haven't watched that movie but I understand and agree to everything that you are saying. A corupicao no Brasil e uma coisa muito triste e pior de tudo e q a populacao Brasileira nao tem poder. Palavras so sao palavras nao a atos neim melhoras. Eh triste pq o Brasil tem de tudo pra vencer mas muitos se esquecerao de Jesus q venceu por nos..
Postar um comentário